PETAR: Cachoeiras, cavernas e mais cavernas!

Conhecer as famosas cavernas do Petar era um desejo antigo. E finalmente consegui realizá-lo! E foi muuuito legal! E muuuito radical!!! Se você nunca ouviu falar no Parque Estadual Turístico do Alto da Ribeira prepare-se para conhecê-lo agora. Ele fica entre as cidades de Apiaí e Iporanga, localizadas no sul do estado de São Paulo, na região do Vale da Ribeira. São trinta e cinco mil hectares de Mata Atlântica preservada divididos em quatro núcleos: Santana, Ouro Grosso, Caboclos e Casa de Pedra. Sem sombra de dúvidas o Petar é o local ideal para se ter muito contato com a natureza e praticar diversas atividades de ecoturismo. Lá é possível se refrescar em cachoeiras, fazer escalada, trekking, rapel, boia cross... e visitar muitas, mas muuuitas cavernas! São mais de trezentas, mas apenas doze estão abertas à visitação.

Chegar ao Petar foi um pouco cansativo. Foram mais de trezentos quilômetros percorridos desde a capital paulista. Demoramos cerca de seis horas, pois pegamos um pouco de congestionamento na Rodovia Regis Bittencourt. Um dos motivos que fez a gente decidir ir de carro foi a logística dos passeios. Todas as agências que consultamos não ofereciam o serviço de leva-e-traz, ou seja, a locomoção do hotel até a portaria dos parques seria de nossa responsabilidade. Por isso acabamos optando em viajar de carro (e não de ônibus, como costumamos fazer).

Escolhemos a Pousada Gamboa Eco Refúgio para nos hospedar e adoramos! Ela está localizada em uma área de muito verde, na margem do Rio Ribeira, bem pertinho do centro de Iporanga. A área externa é enooorme e tem uma excelente infraestrutura! Há um lago com caiaques para uso exclusivo dos hóspedes, redário, salão de jogos, lanchonete, sala de tv e lareira, piscina com cascata e hidromassagem e até aquele elástico para praticar slackline. As acomodações são divididas em três áreas: Toca da Coruja, Casa Sede e Refúgio da Ribeira. Ficamos na suíte do andar superior do chalé Toca da Coruja e adoramos! O quarto é bem amplo, super confortável, tem decoração rústica e uma varanda deliciosa com vista para o lago. O atendimento também foi excelente! Fomos muito bem recebidos por todos os funcionários da pousada. A única coisa que não me agradou tanto foi o café da manhã. Tudo que foi servido estava bem preparado e gostoso, mas acho que poderia ter mais opções de alimentos. Ah, a pousada também serve jantar (que é cobrado à parte) e isso foi muito prático para nós, pois chegávamos exaustos dos passeios e sem muita disposição para ir até os restaurantes do centro de Iporanga.

Para visitar as cavernas do Petar é obrigatório o acompanhamento de um monitor ambiental credenciado. Nós fechamos os passeios com a agência Planeta Trilha. Eles foram ótimos e super recomendamos! Nesses dois dias fizemos muuuitas trilhas e conhecemos quatro cavernas e três cachoeiras. A primeira foi a Caverna do Morro Preto, localizada no Núcleo Santana. Para chegar até ela fizemos uma caminhada tranquila, mas íngreme, de aproximadamente vinte minutos. A entrada da caverna é muito bonita e um ótimo local para tirar fotos. O guia nos contou que essa caverna foi habitada por homens primitivos há milhares de anos. Ficamos aproximadamente uma hora caminhando lá dentro. Foi muuuito legal e interessante!

Chegando na Caverna do Morro Preto

Estalactites

Entrada da Caverna do Morro Preto

Na sequência paramos rapidamente na Cachoeira do Couto apenas para descansar um pouquinho e tirar algumas fotos. A cachoeira é muito bonita, tem cerca de cinco metros de queda d'água e alguns poços para banho. De lá fomos direto para a Caverna do Couto. A entrada dessa caverna é bem apertada, mas depois ela alarga-se formando uma espécie de corredor (com quase quinhentos metros de extensão), por onde a água da cachoeira escorre. Prepare-se para se molhar um pouquinho por lá! rs

Cachoeira do Couto

Corredor na parte interna da caverna

Final da Caverna do Couto

Após visitar esses três atrativos, paramos para almoçar no Centro de Interação Ambiental, que fica dentro do parque. No andar superior há uma exposição muito legal com vários painéis explicativos sobre a formação das cavernas, a fauna e a flora da região. Também há alguns objetos e animais empalhados. Depois do almoço, seguimos para a Cachoeira do Sem Fim. Essa cachoeira não faz parte do Núcleo Santana e fica dentro de uma propriedade particular. Como havia chovido muito durante o dia e a noite, a trilha estava super escorregadia e cheia de lama. Foi uma aventura chegar até a cachoeira! A trilha durou uns trinta minutos e passamos por três quedas d'água, sendo que a última foi a mais bonita e a mais alta. Voltamos para a pousada exaustos de tanto caminhar!

A última queda do complexo Cachoeira do Sem Fim

No dia seguinte, fomos conhecer a caverna mais ornamentada do Petar: a Caverna de Santana. Ela também fica no Núcleo Santana (que visitamos no dia anterior). Essa é a segunda maior caverna do estado de São Paulo. São cerca de oito quilômetros de extensão, mas apenas oitocentos metros estão abertos à visitação. Por conta da chuva do dia anterior, alguns trechos da parte inferior estavam com bastante água e tive um pouco de dificuldade para percorrê-los (mesmo com a ajuda das passarelas de madeira). Ficamos umas duas horas percorrendo os diversos salões e tirando muitas fotos. Achei essa caverna simplesmente maravilhosa! Há muitas estalactites, estalagmites, colunas e diversas outras formações lindas! É incrível saber que cada pedacinho da caverna demorou milhões de anos para se formar.

Paisagem durante a trilha

Entrada da Caverna de Santana (à esquerda) e interior da caverna (à direita)

Um dos salões do interior da caverna

Saímos do Núcleo Santana e fomos para o Núcleo Ouro Grosso. Lá fizemos a Trilha da Figueira, que tem cerca de duzentos metros de extensão. A trilha tem esse nome porque há inúmeras figueiras pelo trajeto. Uma dessas figueiras era tão grande e alta que tivemos que passar por dentro dela para continuarmos a caminhada. Isso mesmo, nós passamos por dentro de uma árvore!!! Foi muuuito legal! Durante essa trilha também conhecemos o Museu de Cultura Tradicional, onde fica a Casa da Farinha (uma antiga casinha feita de pau-a-pique pelas comunidades quilombolas da região). Dentro dessa casa estão expostos alguns maquinários super antigos que eram usados para a fabricação da farinha de mandioca. Ao lado dela havia um pequeno engenho para moer a cana-de-açúcar. Essa trilha é bem tranquila, mas a chuva deixou tudo cheio de barro e tivemos que caminhar com muito cuidado para não escorregar. Após uns vinte minutos chegamos na Caverna Ouro Grosso. Essa caverna é uma das mais radicais do Petar e acreditem: existe uma cachoeira dentro dela!!! Na verdade existem cinco (sim, cinco!!!), mas só visitamos a primeira. A gente se molhou muito!!!

Casa da Farinha

Entrada da Caverna Ouro Grosso (à esquerda) e cachoeira (à direita)

Caminhar dentro das caverna é uma aventura

Saímos do Núcleo Ouro Grosso e fomos até o Mirante da Boa Vista, que fica entre cidades de Apiaí e Iporanga. A vista é realmente super bonita e dá para ver muuuitas montanhas do Vale do Rio Betari. Tiramos algumas fotos e seguimos para a Cachoeira das Arapongas, que fica em uma propriedade particular, já na cidade de Apiaí. Essa cachoeira é a mais alta do Petar: tem 65 metros de altura! Acho que nunca tinha visto uma cachoeira tão alta. Ela é muito linda, mas não tive coragem de encará-la. rs

Mirante da Boa Vista

Cachoeira das Arapongas

Cachoeira das Arapongas, mais de pertinho

Em nosso último dia no Petar, aproveitamos para descansar e curtir a área de lazer da pousada. Também fomos ao centrinho de Iporanga. Como era quase véspera de Natal, a cidade estava bem pacata e não encontramos absolutamente nada para fazer. Demos apenas uma volta pelo pequeno centro histórico (que se resume a algumas construções em torno da Igreja Matriz de Sant'Ana) e caminhamos um pouco em uma rua que beirava o rio. Bem próximo à igreja há um local que achei muito bonito: o encontro das águas dos rios Iporanga e Ribeira de Iguape. Lá acontece o fenômeno semelhante ao encontro dos rios Negro e Solimões (em Belém do Pará): as águas não se misturam.

Igreja de Sant'anna

Encontro das águas

Rio Ribeira de Iguape

Adorei conhecer as cavernas e cachoeiras do Petar! Foi uma experiência única! Acho que é impossível descrever a sensação de explorar uma caverna e ver todas aquelas cores e formas que demoraram milhões e milhões de anos para existir. É muito lindo! Cinco dias foram suficientes para explorar a região, sendo que fechamos apenas dois dias de passeios com a agência. Certamente o Petar é um parque que merece ser visitado por todos! Super recomendamos!


GOSTOU DO PETAR?
Visite a Caverna do Diabo também, na cidade de Eldorado. Em breve postaremos detalhes da nossa visita aqui no blog. Não perca!

ACESSE TAMBÉM:
www.petaronline.com.br

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